Eu, jovem professor recém doutor, estava na minha primeira assembleia para decidirmos a posição da UFMG perante o comando nacional de greve. Uma professora da Faculdade de Educação (FAE) pediu a palavra e leu o manifesto que alguns professores de sua faculdade escreveram. Em resumo, o manifesto dizia que o movimento de greve não deveria ser ligado somente ao movimento sindical, mas deveria também contemplar aspectos científicos, já que a universidade se apoia sobre o tripé da educação, pesquisa e extensão. E então veio a reação. Um professor, não lembro de qual faculdade, começou dizendo "Bla bla bla, bla bla bla (...) e digo mais, PARTICIPAR DO SINDICATO TAMBÉM É FAZER CIÊNCIA!". Quem me conhece já deve ter imaginado a cara que eu fiz. Um segundo professor, agora da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH), pede a palavra e se direciona à professora da FAE que escreveu o manifesto: "Cara colega, já digo de antemão que eu discordo em gênero, número e grau...