Experiência extra-corpórea: Diálogo entre Polyana e sua antiga chefe

Para aqueles que não acompanham o meu blog regularmente (shame on you), eu recentemente lancei uma categoria chamada "Experiência própria", que conta um pouco das minhas experiências mundo afora e que dizem respeito ao que as pessoas pensam sobre robótica, ciência e afins. Como bem descreveu o Plínio, também conhecido como "Moreninho" (sim, eu sei, eu também fiquei com vergonha quando descobri que seus amigos o chamavam assim), essa nova seção é praticamente um diário pessoal, mas que não deixa de esclarecer o imaginário coletivo em relação à minha profissão.

Experiências pessoais, entretanto, não conseguem capturar toda a ignorância do ser humano, e para isso tenho que recorrer às vezes a experiências alheias, daí o nome experiência extra-corpórea. Vamos ao assunto de fato.

Polyana trabalhava num escritório de advocacia. Sua chefe, uma advogada de longa data, já calejada de tanto perambular pelos meandros deste mundo de ócio e vida frugal, inicia um diálogo, com seu português rebuscado, digno de uma adevogada (sic) de grosso calibre:


--- Eita minina, tá doidjo, qui é qui êssi seu namorado faz da vidja? --- pergunta Lisa*, a advogada.
--- Ele trabalha com robótica.--- responde Polyana, toda orgulhosa.
--- Ô xente, isso é coisa di nêgo qui não tem o qui fazê. --- responde Lisa, com aquela sabedoria digna de pessoas que sabem o que falam.
--- Ainda bem que tem gente que não tem o que fazer, senão a senhora estaria datilografando em máquina de escrever ao invés de utilizar um computador e estaria andando de carroça ao invés de carro. --- responde Polyana, sem titubear.

Dona Lisa resolveu então exercer seu direito de ficar calada.





* O nome da ilustríssima personagem foi mudado para preservar sua integridade advocatícia.

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